"mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
I Cor 2:9
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Alberto Caeiro. Alter ego de Fernando Pessoa, ele era uma das facetas da personalidade deste poeta português, que é um dos meus autores preferidos. Quem se lembra do que estudou em literatura no Ensino Médio, sabe que Alberto Caeiro (na imaginação de Fernando Pessoa), era um pastor de ovelhas, de vida simples, apaixonado pela natureza... e era, na minha opinião, a parte mais feliz do poeta.
Encontrei um poema dele ultimamente, e repeti tantas vezes que acabei decorando (alguns pensamentos insistentes me acompanham por dias).
Da Minha Aldeia
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte,
empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
É claro que o doido (no sentido artístico da palavra) do Fernando Pessoa não está falando aqui do CÉU que representa a minha esperança de vida eterna. Ele está falando do céu físico, que podemos ver todos os dias, e que por sinal é lindo aqui de Brasília...
Mas dizem que quando eu leio um poema, ele se torna minha propriedade... E posso interpretá-lo como meus sentimentos deixarem. Gosto de pensar assim, e gosto de interpretar esse poema pensando no MEU CÉU: aquele, com a minha casa, meu cantinho aconchegante, preparado pelo MEU PAI...
Aí vai minha interpretação “ao contrário” do poema de Alberto Caeiro:
Eu sou do tamanho do que vejo. Se meus olhos estiverem neste mundo, este será o tamanho da minha alma e este mundo será o meu limite. Minha vida aqui pode ser bonita, e pode até ser longa... Mas não é eterna e nem sempre feliz. O meu dia-a-dia, o que vejo com meus olhos físicos, aquilo em que posso tocar, tudo o que acredito ardentemente sem auxílio da fé... o que me é natural como ser humano pode desviar meus olhos.
Se amar mais essa vida do que a vida infinita que me espera, ela vai empurrar meu olhar para longe do céu e me tornar pequena, me tirando o que só o olhar espiritual pode me dar.
Minha única riqueza é enxergar esse mundo ao contrário. É viver esta vida passageira com os olhos voltados para O infinito....
Tenha um sábado feliz.
3 comentários:
Isso tudo aqui é mesmo passageiro...o que são 60 ou 80 anos de uma vida cheia de dor e dificuldades perto da uma eternidade?
temos que olhar pelo ponto de vista de Deus..."por cima"...ele vê mais alto que agente.
Eh isso mesmo...naum podemos nos iludir com as coisas desse mundo, pq elas sao reversiveis e podem nos decepcionar a qlqr momento.Devemos comparar essas coisas terrestres, q aos nossos olhos sao boas, com o q Deus nos promete...e com certeza a vida eternal eh imcomparavel!
É temos q treinar , olhando da perspectiva de Deus q é um ato de fé (pq mts vzs nos acostumamos com a perspectiva mundana e a eternidade parece ilusória), e fé é um dom, e dom é concedido e exercitado..
certo??
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