terça-feira, 12 de maio de 2009

O Amor ao Contrário


"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." Romanos 5:8


"Eu a amei com amor eterno." Jeremias 31:3


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Estamos acostumados ao amor que se pode trocar. Quanto mais praticamos coisas boas, mais recebemos algo bom como recompensa. Fazemos bem uns aos outros em nossos relacionamentos, e isso pode durar anos, dias, minutos. É o amor humano, onde tudo se trata de méritos.

O amor natural traz a tona o melhor e o pior que há em nós. Por isso é imperfeito: é a entrega do que somos. Tem um fim, por que somos finitos... E tem as curvas do nosso humor, percepção e caráter. Quando conseguimos controlar os impulsos e ser bons por mais tempo, então estamos com o mérito. Mas quando perdemos o controle e as imperfeições do nosso amor se chocam com as dos outros, então nossos relacionamentos se desgastam e pode ser o começo do fim de um amor.


Parece trágico, mas se não nos esforçarmos pra viver ao contrário - também no amor - é assim que as coisas funcionam. Por isso é difícil para nós, amar quando não se trata de troca e entender as [não] condições de Deus.

Ele nos amou sem esperar por motivos - por piores que fôssemos. Logo, isso vem dEle, não do potencial que temos para ser salvos. Faz parte da natureza de Deus o só me amar e ponto. Simples e intensamente, com a força do infinito que só Ele é capaz.

É impossível entender o amor de Deus, por que me é natural amar em troca. Ele sabe disso... e aceita o meu amor manchado, cheio de buracos. Aceita que eu o ame assim como consigo, “em troca” do amor de Quem me amou primeiro.

Mas enquanto eu lhe entrego meu amor quebrado, cheio do imperfeito que sou... e O louvo, e O adoro, me pondo diante dEle para aprender a amá-lo mais, Deus vai me enchendo com o amor que Ele tem por mim. Aos poucos Ele vai me limpando, para que em mim habite o Seu amor - o que não se alimenta de méritos.

É desse jeito - ao contrário - que aprendo a amar a Ele e aos outros...E meu amor antigo, eu entrego para morrer com Ele, na cruz onde os amores divino e humano se reencontram, para não se separarem nunca mais.

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