segunda-feira, 3 de maio de 2010

Desejo


Entendo de forma muito prática por que a relação entre mãe e filho é tantas vezes comparada na bíblia à relação entre Deus e o ser humano. Deus tem me dado algumas lições espirituais enquanto dedico quase todo o meu tempo cuidando, conhecendo e me apaixonando pela minha filhinha de três meses. Cada dia ela faz algo novo e encantador, e consigo enxergar o grande amor de Deus aprendendo sobre ela. Talvez por isso esse blog se pareça agora, muito mais com um diário sobre a maternidade (também pelo pequeno número de atualizações que a mamãe sem tempo tem sido capaz de realizar).

Os bebês conseguem controlar os movimentos da boca logo que nascem e durante algum tempo os movimentos dos membros e do pescoço ainda permanecem limitados em relação aos orais. A Luísa se parece com uma pequena, charmosa e redonda maquininha de sugar. Ela é capaz de – por fome ou por prazer - mamar praticamente o tempo todo. Quando termina o peito, ela mama a mão, a fralda e até o nariz do pai. Se alguma coisa passa perto daquela boquinha , ela se abre e tenta capturar o possível objeto de sucção. Esse é o desejo que move a nossa mamoninha quase todo o tempo enquanto ela está acordada. É seu instinto mais marcante, que o Pai lhe conferiu para garantir que nos lembraríamos de alimentá-la constantemente.

Enquanto está mamando, a Luísa se esquece de tudo. É o único momento que ela permite que cortemos suas unhas ou limpemos suas orelhas. Para mamar ela engole o choro, relaxa o corpinho e apenas olha para mim. Ignora os barulhos e fica confortável em qualquer posição. Nada lhe distrai da sua tarefa de mamar.

Pedro se apodera dessa característica dos recém-nascidos para explicar um desejo que dificilmente seria bem explicado de outra forma. Um desejo que mais se parece com um instinto de sobrevivência espiritual:

“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação.” I Pedro 2:2


p.s. O instinto natural e/ou desejo ardente se perdeu em algum lugar durante a troca das naturezas, ou o texto não começaria com uma conjugação do verbo despojar.

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